quinta-feira, 4 de agosto de 2011

#RadioAllana

Lembro-me como se fosse ontem... me caia como uma luva, guarda-chuva, havaianas. Lembro-me de ter apertado o Reply e não tocava nada mais a não ser essa melodia.



O que você me pede eu não posso fazer. Assim você me perde e eu perco você, como um barco perde o rumo, como uma árvore no outono perde a cor. O que você não pode, eu não vou te pedir. O que você não quer, eu não quero insistir. Diga a verdade, doa a quem doer. Doe sangue e me dê seu telefone.

Todos os dias eu venho ao mesmo lugar. Às vezes fica longe e impossivel de encontrar, mas quando o neon é bom, toda noite é noite de luar. No táxi que me trouxe até aqui, Bob Marley me dava razão. As últimas do esporte , hora certa, crime e Religião. Na verdade nada é uma palavra esperando tradução.

Toda vez que falta luz. Toda vez que algo nos falta (alguém que parte e não volta), o invisível nos salta aos olhos. Um salto no escuro da piscina. O fogo ilumina muito, por muito pouco tempo. Por muito pouco tempo, em muito pouco tempo o fogo apaga tudo, tudo um dia vira luz. Toda vez que falta luz, o invisível nos salta aos olhos.

Ontem à noite, eu conheci uma guria, já era tarde, era quase dia. Era o princípio num precipício, era o meu corpo que caía. Ontem à noite, a noite tava fria, tudo queimava, nada aquecia. Ela apareceu, parecia tão sozinha, parecia que era minha aquela solidão. Ontem à noite, eu conheci uma guria, que eu já conhecia de outros carnavais, com outras fantasias. Ela apareceu, parecia tão sozinha, parecia que era minha aquela solidão.

No iníco era um precipício, um corpo que caía. Depois virou um vício, foi tão difícil acordar no outro dia. Ela apareceu, parecia tão sozinha. Parecia que era minha aquela solidão.

Parecia que era minha...



(Piano Bar)

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